Uma vez um amigo recém-chegado da Rússia veio contar em meio das gargalhadas que enquanto estava em Moscou, praticamente, virou uma mulher. Calma! Não se preocupem, fisicamente nada aconteceu com ele. O que mudou era apenas seu nome. Chamava Paulo, mas na Rússia virou Paula. Quem estuda língua russa vai entender rapidamente porque isso aconteceu. O problema está na acentuação e na pronúncia de algumas regiões e cidades como Moscou, São Petersburgo e vários outros.
Acontece que em língua russa não há acentos gráficos. É preciso saber qual sílaba é a tônica. Um exemplo clássico: na palavra russa “molokó” (leite) apenas a terceira letra “o” é tônica e por esse motivo preserva seu som de “o” ao passo que as outras duas letras “o” viram “a”. O resultado é: “malakô”. Já a palavra “borodá” (barba), pronuncia-se “baradá”.
Por esse motivo Paulo vira Paula, Bruno virou Bruna (“o” não é tônica), Juliano vira Juliana, Adriano transforma em “Adriana”, Rodrigo em “Radriga” (acento só no “i”) etc. Enfim, quase vira mulher e não adianta insistir que “o” não vai sair de jeito nenhum da boca dos russos. Provavelmente, nem vão entender qual é o problema? O problema é a pronúncia.
Conheço pessoas que para evitar o desconforto recorriam ao uso dos nomes russos parecidos com seus nomes originais. Por exemplo, André ou Adriano pode ser transformado em “Андрей” (Andréi): Pedro em “Пётр” (Piótr), Paulo em “Павел” (Pável).
Por outro lado, não podemos esquecer que alguns nomes russos também não soam bem em português. Principalmente os apelidos masculinos como Sacha (diminutivo de Alekssándr), Díma (de Dmítri), Aliócha (Aleiksséi), Andriúsha (Andréi), Iúra (Iúri) etc. Enfim, cada país tem algumas tradições e hábitos que podem parecer estranhos.
E o nome Felipe seria como em russo? ehehehehe